Uma filha queixou-se à mãe que
sua vida era difícil. Já não sabia o que fazer. Estava cansada de lutar
contra as dificuldades.
A mãe,
em vez de lhe responder com palavras de ânimo, conviou a acompanhá-la à
cozinha. Depois encheu três panelas com água e colocou-as ao fogão.
Numa delas pôs cenouras; na outra, ovos, e na última, pó de café.
Sem nada dizer, deixou que tudo fervesse.
Cerca de vinte minutos depois, desligou o fogão. Retirou cuidadosamente
o que estava dentro e colocou cada coisa na sua tigela.
Em seguida, voltando-se para a filha, perguntou-lhe:
- o que vês aqui?
Ela disse:
- Cenouras, ovos e café.
A mãe pediu-lhe que pegasse nas cenouras. Ela notou que estavam macias.
Pediu-lhe depois que descascasse um ovo. Ela verificou que ele endurecera com a fervura.
Finalmente, pediu-lhe que bebesse um pouco de café. Ela gostou e sorriu. Depois perguntou:
- Mãe, o que é que significa tudo isto?
A mãe explicou que cada um desses produtos tinha enfrentando a mesma
adversidade, mas cada um deles tinha reagido de maneira diferente.
Perguntou-lhe então:
- Qual deles és tu? És como a cenoura que, perante as dificuldades
amolece? És como o voo, que se torna duro? Ou és como o café, que se
torna saboroso?
A filha não
precisou de responder. Percebeu imediatamente que não devia ser como a
cenoura ou como o ovo. O ideal sera ser como o café. A adversidade deve
tornar-nos mais saborosos, mais compreensivos, mais perfeitos no amor.
in Revista JUVENIL, n.º 571. Março 2014