quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A criança, o ateu e as laranjas!

(foto tirada da net: AQUI)

       Uma criança, enquanto ajudava os seus pais a cuidar do jardim, cantava canções religiosas.
       Passou por ali um ateu, isto é, alguém que não acreditava na existência de Deus. Impressionado por vê-la tão feliz, parou e perguntou-lhe:
       - Por que cantas assim com tanta alegria?
       A criança respondeu:
       - Porque acredito que Deus é meu amigo e gosta muito de mim. Estas canções falam de Deus. Gostas delas?
       O homem, que levava um saco de laranjas, disse-lhe:
       - Dou-te uma destas laranjas se me disseres onde está o teu Deus.
       A criança, com toda a simplicidade, respondeu:
       - Se eu as tivesse, dava-lhe não apenas um, mas duas ou mais, se me dissesse onde é que Deus não está.

Mesmo que haja quem diga que Deus não existe, não é por isso que Ele deixa de existir e de nos envolver com o seu amor.

In Revista Juvenil, n.º 542, Janeiro de 2011.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O Corpo humano e os seus membros

       O corpo humano:
       É uma harmonia perfeita, tudo trabalha às mil maravilhas, a maior parte dos dias não nos perguntamos como funciona, a não ser que estejamos doentes. A mão não pergunta por que é que leva a comida à boca. A boca não se incomoda com o que acontecerá à comida que passa por si. As pernas levam-nos ao lugar da comida...
       Porém nem sempre foi assim.
       Um dia, os diversos membros do corpo humano começaram a interrogar-se sobre o seu papel, ou a sua função, por que é que faziam isto ou aquilo e não deviam simplesmente descansar.
       As pernas e os pés disseram:
       – As mãos e a boca que trabalhem, já estamos fartos de andar à procura de comida e ninguém nos agradece.
       As mãos do mesmo modo:
       – Já é tempo de a boca se esforçar e pegar ela na comida, não somos criadas de ninguém.
       A boca ao ver que nem os pés se encaminhavam para a comida, nem as mãos se moviam para pegar em alguma coisa, também desistiu:
       – Porque é que me hei-de preocupar? Sempre fiz a minha parte! Fiz com que o alimento, através de mim, chegasse ao estômago, nunca recebi qualquer agradecimento, não me abrirei para deixar entrar a comida, não vou desperdiçar as minhas energias!
       Bom, o estômago ainda reclamou, não percebia porque é que estava há tantas horas sem receber alimento. Procurou saber o que se passava. Informaram-no que os pés, as mãos, a boca, estavam em greve e se recusavam a trabalhar. E o estômago começou a ficar cada vez mais incomodado, mas pouco a pouco foi-se conformando:
       – Têm razão, mal eles sabem da minha canseira, senão já há muito tempo tinham feito greve. Não há um minuto, um segundo em que eu não esteja em movimento, de ora em diante vou repousar. Não me chateiem. Tenho direito a descansar, nunca ouvi uma palavra de agradecimento por trabalhar o alimento para que o corpo funcione...
       Entretanto, o tempo ia passando, e cada um dos membros do corpo mantinha com firmeza a sua posição. E à medida que as horas avançavam os membros começaram a sentir uma certa sonolência, mas julgaram que era resultado do descanso e que daí não viria mal ao mundo.
       E o tempo foi passando... foi passando... foi passando... E o corpo cada vez mais mole, mais fraco, e ninguém queria dar parte fraca. As pernas já não se sentiam, estavam a ficar roxas, frias... As mãos estavam caídas sobre o corpo... A boca de quando em vez ainda fazia um ligeiro esforço para se abrir, mas acabava por desistir por achar que não valia a pena desperdiçar energias.
       E o tempo ia passando... ia passando...

PALAVRA de DEUS:

       Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo. De facto, num só Espírito, fomos todos baptizados para formar um só corpo, judeus e gregos, escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito.
       O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. Se o pé dissesse: “Uma vez que não sou mão, não faço parte do corpo”, nem por isso deixaria de pertencer ao corpo. E se o ouvido dissesse: “Uma vez que não sou olho, não faço parte do corpo”, nem por isso deixaria de pertencer ao corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido, onde estaria o olfacto?
       Deus, porém dispôs os membros no corpo, cada um conforme lhe pareceu melhor. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Há, pois, muitos membros, mas um só corpo.
       Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria. (1 Cor 12, 12-31).

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O riso de Sara(i)

Abrão tem agora noventa e nove anos de idade.
“Tereis de continuar a confiar em mim” – disse Deus, – “o teu nome deixará de ser Abrão e passará a ser Abraão: o Pai de muitas nações. O nome da tua esposa deixará de ser Sarai e passará a ser Sara: princesa. Ela será a mãe de muitas nações.
Abraão abanou a cabeça. “Somos ambos velhos” – argumentou, – “porque não deixar Ismael ser meu herdeiro?”
“A promessa que te fiz há tanto tempo irá concretizar-se através do filho de Sara” – respondeu Deus, –“irás chamá-lo de Isaac”.
Abraão aceitou a promessa de Deus. Não demorou muito até à chegada de três visitantes.
Abraão apressou-se a saudá-los. “por favor, bebam alguma água”  – disse ele, “e tomem uma refeição para vos fortalecer”. Correu até Sara e pediu-lhe que começasse a cozinhar. Abraão ofereceu aos homens comida, enquanto Sara permanecia na tenda.
“Onde está a vossa esposa?” – perguntaram eles e Abraão explicou-lhes. Eles pediram-lhe para que se aproximasse.
“Daqui a nove meses ela será mãe, e vós sereis pai de um menino!” – sussurraram.
Sara não pôde deixar de escutar. “Com a minha idade!” – pensou, – “aqueles homens não sabem o que dizem!” Ao pensar na tolice destes deu uma valente gargalhada.
Deus falou a Abraão: “Porque se riu Sara? Ela não acredita que posso dar-vos um filho?”
Quando Sara se apercebeu que Abraão sabia da sua reacção de desdenho, teve medo. “Eu não me ri!” “Sim, riste” foi a resposta. Era a voz de Deus que falava.

“Querido Deus, obrigado, pois tudo o que prometeis pode concretizar-se”

Mónica Aleixo, in Boletim Voz Jovem, Dezembro 2010.